“Sim, ainda somos pobres pecadores, mas não escravos, não, mas filhos, filhos de Deus!”

Essa era a vista da janela do meu quarto, quando eu estava em Roma, com as minhas filhas, Ana Paula e Raquel. Foi um momento muito bonito que vivi com elas.

Entre todas as viagens que já fiz pelo mundo, nenhuma foi tão emocionante. Ainda penso que a escolha desse apartamento por minha filha, não foi um mero acaso. Havia um propósito. E durante o tempo em que estive nesse lugar, todos os dias, antes de deitar e ao acordar, eu olhava para esse cenário e pensava: “Bom Deus, estou muito agradecida por me permitir estar aqui com as minhas duas filhas, essas criaturas abençoadas que eu amo tanto”.

Pelo exemplo dos meus pais, cresci aprendendo o que é amar. Mas a essência do amor mais puro e verdadeiro só conheci depois de poder desfrutar a imensa alegria de ser mãe.

Depois de chorar a morte dos meus dois primeiros filhos, eu senti que Deus existe. Nas travessias mais difíceis Ele estava presente, e me deu forças para não desistir.

Era Ele o tempo todo aquela voz da consciência que tocava o meu coração. A experiência desperta a intuição e ensina que a grandeza humana passa longe das conquistas materiais.

O amadurecimento do ser é um caminho natural para o tesouro da espiritualidade. É algo que se desenvolve enquanto a vida acontece, e explica o testemunho de amor e fé. Foi isso que fortaleceu a minha alma e deu sentido a gratidão pelas bênçãos que enriqueceram a minha história.

Labouré Lima

(19.01.2020)

O coração que está em paz enxerga amor em todo lugar…

 

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Tem gente que chega e faz o dia melhor e mais bonito…

Tem gente que chega e ilumina a nossa vida inteira…

Assim foi depois que elas chegaram…

O mundo se encheu de luzes e cores…

O coração se tornou um lugar naturalmente aquecido

O frio não assusta quem ama intensamente.

Porque o amor é o agasalho mais poderoso que existe.

 

 

Uma lembrança muito especial da estação dos narizes gelados e dos abraços apertados…

Uma noite de inverno com as minhas filhas, no Tivoli… Copenhagem, Dinamarca.

O que eu estava fazendo naquela manhã de 11 de Setembro de 2001?

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Direto do túnel do tempo…
Setembro é o mês do aniversário da fundação da Editora Muiraquitã e será sempre um momento de revisitar as nossas memórias… Desde a inauguração em 24 de setembro de 1991, nenhum fato em nossa linha do tempo tinha sido tão impactante como as marcas daquele 11 de setembro de 2001.
A foto foi feita em Viseu, alguns dias depois do 11 de setembro, durante o lançamento do livro ‘Vil de Souto – Cantinho da Beira Alta’ do escritor português Augusto Lopes*.
O livro é um documentário histórico sobre a formação da freguesia de Vil de Souto, que significa vale dos castanheiros. Entre as famílias que formaram aquela povoação encontrava-se a que deu origem a árvore genealógica do Comendador Thomas Lima, que imigrou de Portugal para o Brasil com apenas 13 anos. Ele saiu de Viseu para Niterói, ao encontro do seu irmão que já morava na cidade. Assim que chegou, logo começou a trabalhar. Ao se tornar um jovem bem sucedido, casou e formou o seu núcleo familiar. Ao longo do tempo construiu a sua história na comunidade luso-brasileira do Estado do Rio de Janeiro. Ele foi um dos fundadores e presidente do antigo Banco Predial do Estado do Rio de Janeiro, mais tarde vendido para o Unibanco e por último incorporado ao Grupo Itaú.
Todo meu carinho e homenagem à memória de Tomaz Correia de Miranda Lima (filho do Comendador), que foi presidente do Elos Clube de Niterói e do Centro da Comunidade Luso-Brasileira do Estado do Rio de Janeiro, fundado por seu pai e um grupo de amigos portugueses.  Tomaz me introduziu no seio da comunidade portuguesa e fez muito por mim nos 14 anos da nossa união. Eu tenho raízes em Portugal por parte de mãe e de pai. Mas foi ele que despertou a minha alma lusa.
Retomando a história do lançamento do livro, o evento estava agendado para Setembro de 2001. Poucas horas antes do nosso embarque para Portugal, foram despachados 1000 livros que deveriam seguir no mesmo voo, como bagagem acompanhada. Mas aquele onze de setembro não seria um dia qualquer. O mundo inteiro assistiu com perplexidade e sofreu com as cenas de horror daquela manhã de setembro, em que as Torres Gêmeas do World Trade Center (WTC) foram ao chão, barbaramente atingidas por dois aviões, causadores da tragédia que abalou o Mundo. De um momento para o outro, a paisagem de NYC foi encoberta por uma densa nuvem de poeira, carregada de muita dor e medo.  Aquele dia marcou a história política do nosso tempo e o Mundo nunca mais foi o mesmo após o maior ataque terrorista de todos os tempos.
Com o impacto das primeiras imagens, consideramos que seria complicado passar dez horas dentro de um avião e atravessar o Oceano. Então, nos rendemos ao pânico de embarcar naquele dia e transferimos a data da viagem. Eu e Tomaz ficamos muito abalados. Não havia clima para viajar.
Mas devido ao compromisso tivemos que embarcar para Portugal, alguns dias depois. Do outro lado do Oceano, fomos recebidos em um evento super bem organizado pelo autor, sua família e um grupo de amigos. O escritor Augusto Lopes autografou mais de 400 livros em sua tarde de estreia. O que presenciamos não foi propriamente uma ‘sessão de autógrafos’, mas um ‘show de autógrafos’  entremeado com música, dança folclórica, gastronomia e exposição de artes plásticas, assinada por artistas regionais da Beira Alta. O evento também contou com a cobertura jornalística da Radio Renascença e do Jornal Notícias de Viseu, aos quais a editora e o autor deram entrevista para divulgar o livro ‘VIL DE SOUTO – Cantinho da Beira Alta’.  Como se pode observar foi um lançamento que marcou a história da editora de muitas formas.
*Tempos depois, o escritor Augusto Lopes, mudou-se de Portugal para Genebra. Passou a viver, trabalhar, estudar, assinar uma coluna de jornal, apresentar um programa de rádio e continuar a escrever e a publicar seus livros. O mais recente é ‘Meu Sol de Genebra’, publicado pela editora Chiado, de língua portuguesa. Mas também pode ser lido nas versões italiana e francesa.
NOTA: O post foi publicado às 23:22horas de 11 de Setembro, pela hora de Brasília. Mas  o WordPress o considerou como 12 de setembro.  Só um registro.

Se há direito de escolha, tudo muda…

Conversava com um amigo e ele comentou sobre os preparativos da Páscoa com a sua família. Ele disse que vai comprar carne de cordeiro. Eu disse a ele o que acho. Realmente é uma boa carne. Mas parei de comer desde que descobri o sofrimento do cordeiro antes da morte. Contra a lei da Natureza não há nada que se possa fazer. Mas é possível  reagir contra as agressões que os homens impõem ao mundo animal. 

O homem, para sobreviver, precisa retirar seu sustento da Natureza. É inegável que o instinto humano defende a própria sobrevivência. Há casos em que a vida depende da caça. Não há escolha. É preciso comer qualquer tipo de carne para sobreviver. Se a vida estiver ameaçada é hipocrisia dizer que não se pode fazer isso. A lei da sobrevivência é imperativa.

Isso me faz lembrar aquele famoso caso dos sobreviventes do acidente aéreo dos Andes. Acho que ninguém gostaria de se imaginar naquela situação… Talvez o instinto de sobrevivência falasse mais alto, como ocorreu. Não sei. É impossível avaliar situações que desconhecemos.

Desde criança escuto essa frase: “o que não tem remédio, remediado está”. É uma declaração pragmática, consistente e intensa que se aplica em uma situação irremediável. Mas se há direito de escolha, tudo muda. 

Acabei envolvida por esse assunto depois de lembrar de uma viagem com meu marido e alguns amigos… Uma noite estávamos jantando no Hotel The Palace Sun City (Pilanesberg, África do Sul) quando o maître d’hôtel nos ofereceu carne de girafa, que não constava no cardápio. Os outros acharam exótico e aceitaram. Mas eu dispensei. Fiz valer o meu direito de escolha. Não pretendo discutir o cerne da questão legal. Mas entendi que o fato da carne estar fora do menu já indicava a transgressão de uma regra existente. Na ocasião fiz um breve discurso na mesa do jantar e disse que “não gostaria de guardar como lembrança da viagem um fato que agride os meus princípios. Imagino que se todos os turistas comerem carne de girafa, um dia essa espécie estará ameaçada”.

Aprecio atitudes conciliadoras e não vejo com bons olhos o temperamento radical. Considero o fanatismo falta de aprofundamento. Cada um deve conviver com as consequências das próprias escolhas. Não pretendo fazer juízo de valor sobre os atos alheios. Apenas observo. O tribunal da vida se encarrega de tudo.

O teimoso está entregue à sua própria sorte.  É como diziam os antigos: “sua alma sua palma”.

 

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Salto de Paraquedas em Itacoatiara! Melhor maneira de chegar na praia

Salto de trike na praia de Itacoatiara – Niterói – Rio de Janeiro.
Em 07 Julho 2013. Atleta: Marcelo Miranda.

Recomendo ver em tela cheia.

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Nós gostamos de manhãs quentes com brisa fresca
burburinho das pessoas
bramidos do mar
movimento nos ramos das árvores
e da cor verde

Nós gostamos da água às vezes nem tão límpida
das ondas que quebram à beira da praia
das gotículas que trazem frescor
das formas dos bancos de areia
e da cor azul

Nós gostamos do horizonte como que infinito
recortado por barcos ao longe
e das gaivotas que mergulham
em uma pesca plástica, ainda que assassina
e da cor branca

Nós gostamos da falta de tudo que na cidade excede:
cartazes, faixas, propagandas
ônibus e caminhões, buzinas
responsabilidades e tarefas
e da cor cinza

Nós gostamos do silêncio que em nenhum lugar há
senão por instantes noturnos
ou na misteriosa confluência de fatores
que nos trazem, brevemente, somente o barulho das ondas
e da cor amarela

Nós gostamos do som de algumas canções, das vozes
que as cantam, do alívio que vem
em goles de vinho branco, a tranquilidade
e leve embriaguez iluminada pela lua
e da sua cor prateada

Nós gostamos das crianças que chapinham na água
cavam na areia, sorrindo e gritando
em meio aos vendedores e suas ofertas
de alívio instantâneo com seus sorvetes e refrescos
e da cor vermelha

Nós gostamos de ler sentados na espreguiçadeira
e de nela cochilar, envoltos pelo calor
do sol, os reflexos de luzes
em nossos olhos caídos
e da cor castanha

Nós gostamos de Itacoatiara

 

Poema de Marcos N.
Membro do TripAdvisor
Visitou Itacoatiara, em outubro de 2013

Calmas sementes de outro sol futuro…

 

Saboreio este dia,
Fruto roubado no pomar do tempo.
Sabe-me a novidade,
Deixa-me os lábios doces.
Tem a polpa de sol, e dentro dele
Calmas sementes de outro sol futuro.
Cheira a terra lavrada e a maresia.
E tão livre e maduro,
Que quando o apanhei já ele caía.

Miguel Torga
(1907-1995) Portugal

Diário de viagem — #Copenhagem — Museu de Artes da Dinamarca — Gliptoteca Ny Carlsberg

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A Gliptoteca Ny Carlsberg (Ny Carlsberg Glyptotek) é um museu de arte localizado na cidade de Copenhagem, Dinamarca.

O museu fundado a partir da coleção de Carl Jacobsen, filho de Jacob Christian Jacobsen, fundador da cerveja Carlsberg, reúne uma das maiores coleções privadas de arte de seu tempo, e atualmente possui a maior coleção de arte antiga do norte da Europa.  Estima-se que a frequência de visitantes alcance 350 mil por ano.

A coleção do museu inclui antiguidades egípcias, gregas e romanas assim como esculturas românticas e pinturas impressionistase pós-impressionistas.

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Envolvido pela beleza do cenário do Jardim de Inverno o Café Glyptotek serve bolos e pratos leves. Todos os alimentos são cuidadosamente preparados e feitos a partir de ingredientes orgânicos e sustentáveis.

ajude a si mesmo

AJUDE A SI MESMO E O SENHOR SEU DEUS  LHE AJUDARÁ.

No alto da porta de entrada da boutique do Museu a frase nos convida a refletir.

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No ícone russo Drawn Mãe de Deus (Signo) de 1700
vê-se a Virgem Maria e por uma inspiração Divina do artista o Menino Jesus em Seu Ventre.
Maria no Museu NY Carlsberg Copenhague

Quadro Mãe de Deus (Signo) , 1700 (Rússia). O trabalho pode ser visto no Hall 25 (Mediterrâneo horizonte) O ícone é uma ilustração de uma passagem do Velho Testamento, que diz: Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel . (Is. 07:14). É o Novo Testamento interpretado como uma profecia da vinda do Messias, como aconteceu quando Jesus nasceu. O ícone mostra Maria com o Menino Jesus em Seu Ventre.

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As primeiras mudas das palmeiras Phoenix que compõe o jardim de inverno do Ny Carlsberg Gliptotek chegaram em 1906, ainda plantadas em vasos. Com o tempo as palmeiras ficaram  imensas e alcançam o teto de vidro.

Em 2009, mais de um século depois das palmeiras chegarem ao jardim foi necessário uma grande operação de poda para retirar os ramos mortos e evitar acidentes. A intervenção aconteceu próximo da Páscoa, e os ramos foram destinados as celebrações do Domingo de Ramos nas igrejas de Copenhagem.

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Em uma das áreas mais movimentadas de Copenhagem, no HC Andersens Boulevard, encontramos nesse jardim um espaço de tranquilidade e beleza. No meio do jardim também há esculturas cercadas de águas. E no plano de fundo da escultura fotografei um grande amigo da nossa família que é dinamarquês, foi ele quem nos sugeriu esse passeio inesquecível. Deixo aqui a minha homenagem carinhosa para ele e todos da Dinamarca.

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Eu e minha filha, com o nosso amigo Bertio e o neto dele Benjamin.

Fotos, copyrigth by Labouré Lima e Raquel Ribeiro.

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Para saber mais sobre a Gliptoteca Ny Carlsberg visite o blog do Museu.
https://glyptoteket.wordpress.com/glyptoteket/

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NOTA DO BLOG:

“AJUDE A SI MESMO E O SENHOR SEU DEUS LHE AJUDARÁ.” — Essa frase realmente nos convida a refletir. E assim,  esse post abre uma seção no blog sempreviva que inicialmente não é nada mais que um despretensioso Diário com Anotações de Viagens. Onde, pretendo contar um pouco de tudo que já vi e vivi pelo mundo. Inclusive, vou marcar outras postagens já existentes no blog com objetivo de agrupá-las dentro desse tema.

The twitteramigos Daily

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