O meio ambiente e a espiritualidade…

GARRAFAS AO MAR
O avanço da espiritualidade traz maior compreensão e respeito ao meio ambiente…

Evoluir espiritualmente envolve aprender a respeitar o meio ambiente e tudo em volta dele, a começar por rever os erros que cometemos contra a preservação da natureza humana.

Contrariando o ponto de vista dos que olham a morte como fim de tudo e por isso julgam que não faz sentido lutar para crescer, eu penso que a evolução não está a serviço da matéria mas da espiritualidade. Pensando nesse aspecto, sou parte do grupo que se interessa em evoluir espiritualmente. Quando chegar a hora de partir, quero ir como alguém que não passou pela vida em brancas nuvens. Se eu partir do mundo com uma bagagem de lições que contribuam para um espírito mais evoluído, certamente a missão terá se realizado com êxito.

Labouré Lima

#meioambiente #natureza #agua #florestas #terra #planeta #vida #animais

Aquele abraço que representa o mundo inteiro diante da crise humanitária na Tribo Indígena Yanomami

Repórter Sonia Bridi @soniabridi
Pauta para o Fantástico @showdavida
Imagem Paulo Zero, fonte G1

Nesse momento eu penso que o coração da Sonia Bridi foi tocado de tal forma que o seu gesto de humanidade temperou a sua pauta de trabalho com mais emoção. Ela abraçou a criança Yanomami e a levou em seus braços até o hospital de campanha.

O Brasil perdeu 570 crianças da Tribo Indígena Yanomami nos últimos anos. Eles morreram de fome, malária ou por mercúrio do garimpo.

Esse abraço tão significativo, cheio de ternura, acolhimento e afeto, comoveu muitos de nós. Eu me senti representada e creio que outros brasileiros assim como pessoas do mundo inteiro também tiveram o mesmo sentimento.

Labouré Lima

#sosyanomami
#sospovosindigenas
#brasilterritorioindigena

E a máxima “Futebol é o ópio do povo” segue valendo na Copa do Mundo de 2022…

Hoje é segunda-feira. Dezembro de 2022. Dia do 2⁰ jogo do Brasil na Copa do Qatar. Parece feriado nacional. Só que não é um dia comum! Apesar das controvérsias políticas que atravessamos, o fato é que o país parou para assistir ao jogo Brasil x Suíça. Republico abaixo, um texto bem oportuno, que recomendo pelo aprofundamento na história política do país e por nosso recorrente comportamento em relação aos jogos do Brasil na Copa do Mundo. A torcida pede o hexacampeonato e o time segue buscando resultados. Boa sorte ao Tite e toda sua equipe no Qatar. Deus é brasileiro! (Labouré Lima)

As origens de “O futebol é o ópio do povo”

Denaldo Alchorne de Souza 25 de junho de 2018

Em meados da década de 1970, a sociedade brasileira passava por transformações profundas. O fim do “milagre econômico” fez com que a classe média, até então satisfeita com a política do Regime Militar (1964-1985), começasse a engrossar os votos da oposição. O mesmo pode ser dito para o operariado urbano que retornou às lutas por salários e por maior autonomia; para os setores progressistas da Igreja Católica que estabeleceram as CEBs; para os estudantes que voltaram às ruas; para determinados profissionais liberais que se declararam opositores do regime. E, não podemos esquecer, para os chamados “movimentos da diferença”. A crítica ao racismo, ao machismo, ao etnocentrismo, à homofobia, a tolerância para com as diferenças e o respeito às minorias, a desconfiança em relação a pontos de vistas globalizantes, generalizantes e absolutos transformaram a agenda de quase todos os movimentos sociais que aderiram à luta pela redemocratização do país.

As transformações sociais possibilitaram o surgimento de novas ideias e categorias que estavam mais de acordo com a necessidade histórica do momento. O futebol era um assunto inserido visceralmente na sociedade brasileira e, portanto, estava sujeito a ser influenciado por essas transformações. Dentro desse novo contexto, onde os espaços públicos nas ruas e na mídia eram disputados de forma acirrada por setores organizados da sociedade, as categorias passavam por um processo de ressignificação.

Se retornarmos à época da Copa do Mundo de 1970, dois conceitos eram recorrentes: “futebol força” e “futebol arte”. O primeiro era utilizado pelos jornalistas brasileiros para caracterizar o futebol praticado na Europa, que era considerado pouco habilidoso, mas eficiente devido à ampla utilização das novas tecnologias da educação física. Já “futebol arte” era entendido como a prática futebolística que não perdia suas “características inatas”, apesar da utilização das novas tecnologias. A conquista da Copa de 1970 pelo selecionado brasileiro era um exemplo disso. As vitórias não se deviam somente às características “mestiças” do jogador brasileiro, como ocorreu nas conquistas de 1958 e de 1962. Tudo isso continuava. Contudo, agora, o disciplinamento do atleta e de seu corpo ficava mais evidente através da adoção das novas técnicas de preparação física. Assim o futebol brasileiro conseguia unir a habilidade individual com a tecnologia, a tradição com o progresso, o passado com o futuro.[i]

Porém, em meados dos anos ’70, ambos os conceitos ganharam novos significados. A oposição não era mais entre o futebol europeu e o nacional; mas sim entre duas formas de se praticar este esporte no interior da própria sociedade brasileira.

Em 1978, dois artigos foram lançados na revista Encontros com a Civilização Brasileira procurando explicar as razões do fracasso esportivo brasileiro na Copa da Argentina. O primeiro artigo, “A implantação de um modelo alienígena exótico e outras questões pertinentes: A seleção brasileira de futebol – 1978”, de Jacob Klintowitz, procurava mostrar que, na linguagem utilizada por membros da delegação brasileira, havia mensagens ideológicas consonantes com o regime autoritário tecnocrático da época. A linguagem do técnico se colocava como porta voz de uma cultura europeia superior e de um conhecimento tecnocrático em contraposição a uma cultura brasileira atrasada. Defendia que a obediência era melhor que o improviso; que o futebol brasileiro precisava de um dirigismo estatal, aceitando imposições e ordens; e que o grupo valia mais que o indivíduo. Por trás desse discurso havia a necessidade “de fazer crer a um povo habituado ao futebol, que o seu conhecimento era obsoleto” e que não podia participar das decisões devido a sua inferioridade e a sua incapacidade diante do “civilizado”.[ii]

O outro artigo era de Joel Rufino dos Santos e possuía o título “Na CBD até papagaio bate continência”.[iii] Nele o autor defendia que as razões das derrotas da seleção brasileira estavam na política. Entre 1950 e 1962, o futebol brasileiro chegou ao apogeu: foi o tempo do populismo. O melhor futebol brasileiro “era filho da pobreza – milhões de garotos famintos acariciando uma bola, à espera do seu dia de pelé; e de vingança – ‘os gringos roubam nossas riquezas mas não têm a nossa cintura’”. Era produto de uma especial aliança entre o povo e a burguesia: “a burguesia explora livremente, o povo joga livremente”. Era “uma ponte ligando os oprimidos aos opressores. O golpe de 64 cortou a ponte, desfez a aliança: a burguesia agora explora e o povo não joga”.[iv] O discurso da modernização pela tecnologia defendida pela ditadura militar decretou “a condenação do ‘futebol arte’, com que deslumbramos o mundo, desde a excursão do Paulistano à Europa em 1925”.[v] Para o autor, os jogadores que foram à Copa da Argentina foram tão reprimidos pela direção militar da seleção “quanto um funcionário de uma autarquia qualquer pelo seu chefe coronel. A diferença? O jogador é um artista que, submetido a uma camisa de força, perde sua criatividade”.[vi]

A solução oferecida por Joel Rufino para que o futebol brasileiro voltasse a ganhar campeonatos era óbvia, era necessário voltar à democracia. Porque somente assim os elementos pobres, destacadamente os negros, poderiam voltar ao escrete nacional e em condições de liberdade para desenvolver toda a sua habilidade e criatividade. É interessante notar que o autor não fez referência à vitoriosa campanha da Copa de 1970, no auge da ditadura militar, que contou com um discurso notadamente autoritário e tecnicista.

Em 1981, o autor publicou um pequeno livro intitulado História Política do Futebol Brasileiro que continha as mesmas características do artigo de 1978. Porém, agora, havia uma breve menção à Copa de 1970: “Nesse ano, no México, levantamos o tricampeonato mundial, mas poucos se iludiram – fora o nosso canto do cisne”. Nada mais! Nenhum comentário sobre a considerável presença de militares na delegação brasileira e nem sobre a importância da educação física para o sucesso da equipe na competição. Para o autor, a solução para a crise em que passava o futebol viria com a redemocratização, quando os tecnocratas seriam afastados tanto dos ministérios como da CBF. “Eles se parecem aos vampiros de Hollywood: se apanham sol desmancham”. Um novo modelo econômico-social de desenvolvimento seria proposto e discutido, não como os executivos das multinacionais, mas com os trabalhadores. “Vivendo melhor, o povo jogará mais futebol e fará um samba bonito […]. Os delfins e os coutinhos serão esquecidos. Lembrados serão os fried, os faustos, os leônidas, os zizinhos, os gasolinas, os garrinchas”.[vii]

Apesar de certo maniqueísmo presente em suas análises, é inegável que os textos de Joel Rufino dos Santos transmitiam uma visão do que estava sendo construído no período de reabertura política, de associar o “futebol arte” à democracia e o “futebol força” à ditadura.

Se Rufino dos Santos ainda via a possibilidade do futebol também ser um fator social dentro de um regime democrático, muitos outros não observavam essa distinção. Na mesma época, diversos membros da esquerda brasileira, dos movimentos sociais e da imprensa alternativa acreditavam que a vitória da seleção brasileira numa Copa do Mundo seria prejudicial ao processo de abertura política. Afinal, as lembranças de 1970, com o presidente Médici participando de incontáveis festividades junto aos jogadores brasileiros campeões mundiais, ainda eram muito presentes.

Um exemplo foi a publicação pelo jornal Mundo Jovem, de Porto Alegre, da opinião do jogador Tadeu Ricci. Para o craque do Grêmio: “– O futebol aliena e, no que se coloca o futebol neste plano exagerado, outras situações básicas para a vida do ser humano ficam esquecidas”. Nesse contexto, “o estádio passa a ser uma arena, um muro de lamentos, uma válvula de escape para os intrincados problemas propostos pelo cotidiano (dos quais bem no fundo nós somos os próprios culpados)”.[viii]

As declarações de Tadeu Ricci eram desdobramentos da ideia de que o futebol era “o ópio do povo”, já que a vitória na Copa criaria um clima de otimismo que inequivocamente seria aproveito por segmentos militares que defendiam uma política de continuísmo.

Quatro anos depois, na preparação para a Copa do mundo de 1982, tal perspectiva continuava presente. Fausto Wolff, numa crônica intitulada “Sinto muito mas vou torcer contra!”, assim argumentava: “É muito duro torcer contra um time tão bom quanto o nosso. Torcer a favor é muito mais fácil e eu havia decidido vestir uma camisa com os dizeres ‘Abaixo a Repressão – Viva a seleção’ e deixar o circo pegar fogo”. Porém, a realidade do povo brasileiro era outra. Afinal, “será que somos todos idiotas e, realmente, não percebemos que nem um cachorro consegue viver com um salário mínimo?” E é justamente “por isso que eu vou torcer contra; para não ter que ver o ditador de plantão levantar a taça para o alto e fazer o povo acreditar que quem a conquistou foi o PDS. E vou torcer contra, principalmente, em nome dos mortos, dos torturados e dos desaparecidos de um povo bom, solidário e cordial como o nosso”.[ix]

Foi uma crônica de teor forte, a de Fausto Wolff, que ao colocar na balança os prós e os contras que a vitória na Copa do Mundo propiciaria à sociedade brasileira, preferiu optar pela negação, por torcer contra seleção. Porém, sempre é bom ressaltar que essa perspectiva não era dominante e nem consensual mesmo no interior das esquerdas e dos movimentos sociais.[x] Entretanto, ela era recorrente.

Sistematizando tais ideias, diversos pensadores começaram a identificar o futebol como um aparelho ideológico do Estado. Para eles, o futebol era um produto alienante que retirava os trabalhadores dos seus reais interesses, desviando a atenção dos seus problemas mais básicos. Para Marcus Figueiredo e Lúcia Klein, a ditadura militar buscou a exploração de temas populares, como o futebol e o carnaval, com o intuito de legitimar o governo e, ao mesmo tempo, despolitizar a população.[xi] Para José Esmeraldo Gonçalves: “Em plena ditadura, a torcida pisava na bola e fazia o jogo do governo ao abafar o som dos porões oficiais. Nada é mais manipulável do que a franca euforia do torcedor”.[xii]

Já para Roberto Ramos, o futebol sublimava o capitalismo, concedendo uma visão ficcional da realidade, aperfeiçoando e absolutizando as ideias da classe dominante. Os burgueses e trabalhadores eram convertidos em torcedores, significando uma falsa conciliação de classes: “O torcedor pode descarregar toda a sua frustração. O sistema garante, preservando o seu domínio sobre os seus servos”.[xiii]

Era como se os intelectuais fossem os únicos em condições de desvendar a ilusão que o povo estava vivendo. De certa forma, também era uma visão preconceituosa da classe trabalhadora. Somente os governantes, a classe dominante e os intelectuais poderiam saber a real função do futebol na sociedade brasileira. O povo, ignorante, era incapaz de perceber os seus equívocos.

Uma categoria muito utilizada por esses teóricos era a de “hegemonia”, de origem gramsciniana. Para eles, a hegemonia tendia a uma filosofia positivista de mundo. Era absolutista. Não permitia qualquer espécie de mudança social. A hegemonia consistia na imposição de uma visão de mundo da classe dominante, sem possibilidades de resistência dos subalternos. Assim, os teóricos faziam uma possível, porém contestada leitura das ideias de Antonio Gramsci.[xiv]

Entretanto, mais importante do que fazermos uma crítica das inconsistências existentes nessas elaborações teóricas, é analisarmos tal discurso que caracterizava o futebol como “ópio do povo”, como um documento histórico de uma época que buscava novas categorias de pensamentos que fossem mais condizentes com a luta política. Era um momento que parte considerável da sociedade brasileira buscava ocupar todos os espaços disponíveis de luta. Nesse sentido, a luta pelo significado das categorias de pensamento não pode ser menosprezada. Não pode ser considerada menor do que as greves, as passeatas, as campanhas pela anistia e pelo fim da ditadura, e as organizações das bases.

O que podemos constatar é que a sociedade brasileira do final da década de 1970 já era muito mais complexa e diversificada do que àquela interpretada por Gilberto Freyre em 1938, no seu clássico artigo “Foot-ball Mulato”. Não havia mais espaço para construções teóricas sobre a essência do ser brasileiro, então dominantes nas décadas de 1930 e 1940. Da mesma forma, a questão da conciliação do passado, da tradição brasileira com o seu projeto de futuro, modernizante e tecnológico também já estava sendo absorvido pela sociedade por meio de diferentes interpretações desde, pelo menos, a época do governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961). A preocupação, agora, era compreender a dinâmica social diversificada em período de abertura democrática e de recrudescimento das lutas sociais. Não mais lutas entre setores do governo militar e setores da esquerda política que haviam aderido à luta armada. Não, agora a complexidade era outra. A sociedade civil estava inserida nessas lutas sociais, através da sua organização, através da disputa dos espaços políticos e simbólicos.

Nesse diapasão, as categorias de “futebol força” e “futebol arte”, forjados após a derrota da Copa de 1966, foram ressignificados para o contexto de luta social e política em torno da redemocratização do país. “Futebol força” passou a representar as características de uma sociedade autoritária e tecnocrática, enquanto que “futebol arte” era associado à tradição do futebol brasileiro e a democracia. Outros autores, também envolvidos na luta contra o regime militar, aboliram tal diferença e passaram a considerar qualquer forma de expressão futebolística como “o ópio do povo”, como um aparelho ideológico utilizado pelos governantes para alienar a população. Se hoje pode parecer reducionista as concepções dos teóricos de “O futebol é o ópio do povo”, não podemos esquecer que não eram “ideias fora de lugar”, como as concepções freyriana utilizadas nas décadas de 1960 e 1970. Eram ideias que tinham a força da história porque eram ferramentas utilizadas como proposta de luta visando a construção de uma cidadania plena e a transformação de uma sociedade que ainda vivia sob um regime de exceção.

Primavera à vista…

Foto: Eliane Josino (Tiradentes/MG). Fonte: Carlos Solano via Facebook

Deus nos deu a natureza e o ipê amarelo a poesia

Quando a sinfonia da Primavera tocar o Hemisfério Sul, eu quero estar com os sentidos em estado de alerta e bem despertos para sentir todos os aromas e apreciar o matizado das cores. Se há algo que me encanta a cada nova estação, novo dia, nova semana, novo mês e novo ano, é a sensação de poder recomeçar. Sempre vejo em cada recomeço a chance de aprimorar a experiência da vez anterior. E gosto de pensar que o aceno da esperança é um ato generoso.
Labouré Lima 🌻

Fonte de Pesquisa Apremavi

“O ipê-amarelo é encontrado em todas as regiões do Brasil e sempre chamou a atenção de naturalistas, poetas, escritores e até de políticos. Em 1961, o então presidente Jânio Quadros declarou o ipê-amarelo, da espécie Tabebuia vellosoi, a Flor Nacional. Desde então o ipê-amarelo é a flor símbolo de nosso país.

Ipê é uma palavra de origem tupi, que significa árvore cascuda, e é o nome popular usado para designar um grupo de nove ou dez espécies de árvores com características semelhantes de flores brancas, amarelas, rosas, roxas ou lilás. No Norte, Leste e Nordeste do Brasil, são mais conhecidos como pau d’arco (os indígenas utilizavam a madeira para fazer arco e flecha); no Pantanal, como peúva (do tupi, árvore da casca); e, em algumas regiões de Minas Gerais e Goiás, como ipeúna (do tupi, una = preto).”

“O discernimento é aquela reflexão da mente, do coração que devemos fazer antes de tomar uma decisão.”

Na íntegra – Catequese do Papa sobre discernimento

Trecho do discurso do Papa Francisco no início da catequese sobre discernimento.

1. O que significa discernir?

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje iniciamos um novo ciclo de catequeses: terminamos as catequeses sobre a velhice, agora começamos um novo ciclo sobre o tema do discernimento. Discernir é um ato importante que se refere a todos, pois as escolhas constituem uma parte essencial da vida. Discernir as escolhas. Escolhe-se uma comida, uma roupa, um percurso de estudos, um emprego, uma relação. Em tudo isto realiza-se um projeto de vida, e também se concretiza a nossa relação com Deus.

No Evangelho, Jesus fala do discernimento com imagens tiradas da vida comum; por exemplo, descreve os pescadores que selecionam os peixes bons e descartam os maus; ou o comerciante que sabe identificar, entre muitas pérolas, a de maior valor. Ou aquele que, lavrando um campo, se depara com algo que se revela um tesouro (cf. Mt 13, 44-48).

À luz destes exemplos, o discernimento apresenta-se como um exercício de inteligência, também de perícia e inclusive de vontade, para reconhecer o momento favorável: são estas as condições para fazer uma boa escolha. É preciso inteligência, perícia e também vontade para fazer uma boa escolha. E há ainda um custo necessário para que o discernimento se torne viável. Para desempenhar a sua profissão da melhor forma, o pescador tem em consideração o cansaço, as longas noites passadas no mar, e além disso descarta uma parte da pesca, aceitando uma perda do lucro para o bem daqueles a quem se destina. O mercador de pérolas não hesita em gastar tudo para comprar aquela pérola; e o homem que se deparou com um tesouro faz o mesmo. Situações inesperadas, não programadas, onde é fundamental reconhecer a importância e urgência de uma decisão a tomar. Cada um deve tomar decisões; não há ninguém que as tome por nós. Numa certa altura os adultos, livres, podem pedir conselhos, pensar, mas a decisão é pessoal; não se pode dizer: “Perdi isto, porque o meu marido decidiu, a minha esposa decidiu, o meu irmão decidiu”: não! Tu deves decidir, cada um de nós deve decidir, e por isso é importante saber discernir: para decidir bem, é necessário saber discernir.

O Evangelho sugere outro aspeto importante do discernimento: ele envolve os afetos. Quem encontrou o tesouro não tem dificuldade de vender tudo, tão grande é a sua alegria (cf. Mt 13, 44). O termo usado pelo evangelista Mateus indica uma alegria totalmente especial, que nenhuma realidade humana pode dar; e com efeito, repete-se em pouquíssimas outras passagens do Evangelho, todas elas relativas ao encontro com Deus. É a alegria dos Magos quando, depois de uma viagem longa e árdua, veem de novo a estrela (cf. Mt 2, 10); a alegria, é a alegria das mulheres que regressam do sepulcro vazio, depois de ter ouvido o anúncio da ressurreição, feito pelo anjo (cf. Mt 28, 8). É a alegria de quem encontrou o Senhor! Tomar uma boa decisão, uma decisão certa, leva-te sempre àquela alegria final; talvez ao longo do caminho tenhamos que sofrer um pouco de incerteza, pensar, procurar, mas no final a decisão certa beneficia-te com a alegria.

No juízo final Deus fará um discernimento – um grande discernimento – em relação a nós. As imagens do camponês, do pescador e do comerciante são exemplos do que acontece no Reino dos céus, um Reino que se manifesta nas ações comuns da vida, que exigem uma tomada de posição. Por isso é muito importante saber discernir: as grandes escolhas podem surgir de circunstâncias à primeira vista secundárias, mas que se revelam decisivas. Por exemplo, pensemos no primeiro encontro de André e João com Jesus, um encontro que nasce de uma simples pergunta: “Rabi, onde moras?” – “Vinde ver!” (cf. Jo 1, 38-39), diz Jesus. Um diálogo muito breve, mas é o início de uma mudança que, passo a passo, marcará a vida inteira. Anos mais tarde, o Evangelista continuará a lembrar-se daquele encontro que o mudou para sempre, recordando-se até da hora: «Eram cerca das quatro horas da tarde» (v. 39). Foi a hora em que o tempo e o eterno se encontraram na sua vida. E, numa decisão boa, certa, encontra-se a vontade de Deus com a nossa vontade; encontra-se o caminho atual com o eterno. Tomar uma decisão certa, depois de um caminho de discernimento, significa fazer este encontro: o tempo com o eterno.

Portanto: conhecimento, experiência, afetos, vontade: eis alguns elementos indispensáveis para o discernimento. No decurso destas catequeses veremos outros, igualmente importantes.

O discernimento – como eu dizia – exige esforço. Segundo a Bíblia, não encontramos diante de nós, já embalada, a vida que devemos viver: não! Devemos decidi-la continuamente, de acordo com as realidades que se apresentam. Deus convida-nos a avaliar e a escolher: Criou-nos livres e quer que exerçamos a nossa liberdade. Por isso, discernir é difícil.

Vivemos frequentemente esta experiência: escolher algo que nos parecia bom e, no entanto, não o era. Ou saber qual era o nosso verdadeiro bem e deixar de o escolher. O homem, diversamente dos animais, pode errar, pode não desejar escolher de modo correto. A Bíblia mostra-o a partir das suas primeiras páginas. Deus dá ao homem uma instrução exata: se quiseres viver, se quiseres desfrutar da vida, lembra-te que és criatura, que não és o critério do bem e do mal, e que as escolhas que fizeres terão uma consequência para ti, para os outros e para o mundo (cf. Gn 2, 16-17); podes fazer da terra um jardim magnífico, ou podes transformá-la num deserto de morte. Um ensinamento fundamental: não é por acaso que se trata do primeiro diálogo entre Deus e o homem. O diálogo é: o Senhor dá a missão, é preciso fazer isto e aquilo; e o homem, a cada passo que dá, deve discernir qual é a decisão a tomar. O discernimento é aquela reflexão da mente, do coração que devemos fazer antes de tomar uma decisão.

O discernimento é árduo, mas indispensável para viver. Requer que eu me conheça, que saiba o que é bom para mim aqui e agora. Exige sobretudo uma relação filial com Deus. Deus é Pai e não nos deixa sozinhos, está sempre disposto a aconselhar-nos, a encorajar-nos, a acolher-nos. Mas nunca impõe a sua vontade. Porquê? Porque quer ser amado, não temido. E Deus também quer que sejamos filhos, não escravos: filhos livres. E o amor só pode ser vivido na liberdade. Para aprender a viver é preciso aprender a amar, e por isso é necessário discernir: o que posso fazer agora, diante desta alternativa? Que seja um sinal de mais amor, de mais maturidade no amor. Peçamos que o Espírito Santo nos guie! Invoquemo-lo todos os dias, especialmente quando devemos fazer escolhas. Obrigado!

Santa Sé

CATEQUESE DO PAPA FRANCISCO
Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Fonte/texto: Notícias Especiais Pontificado Francisco

Fonte/vídeo: via Instagram Vatican News

“Se Putin vencer veremos mais ‘Putins’ em muitos lugares do planeta” disse o historiador Yuval Harari em conversa com a jornalista da TV Globo Sônia Bridi

Foto reprodução via Instagram
da jornalista Sonia Bridi

Recomendo que todos assistam essa excelente entrevista da jornalista Sonia Bridi com o historiador israelense Yuval Noah Harari, exibida no Fantastico (TV Globo) no domingo (06/03/2022).

Segue o link da entrevista no Globoplay 👇https://globoplay.globo.com/v/10362714/

Harari é incisivo. Afirma que Putin já perdeu essa guerra.

“Quando digo que Putin perdeu a guerra, não quero dizer que está perdendo as frentes de batalha. Mas precisamos ver o que é o objetivo desta guerra, que é a existência da Ucrânia. A Ucrânia tem mais de mil anos de história como nação independente. Kiev já era uma metrópole quando Moscou não era nem uma vila, era só floresta”, diz.

“Putin construiu uma mentira, essa fantasia de que a Ucrânia não é uma nação de verdade, que ucranianos são russos, que querem ser absorvidos pela Rússia, e que só não conseguem porque existe uma gangue de ‘judeus nazistas’ no poder”, completa o autor.

Para o historiador, os russos têm motivos para serem contra a guerra. Ele lembra que o país nem está entre os 10 mais ricos do mundo — com um Produto Interno Bruto (PIB) praticamente igual ao do Brasil.

“Se pergunte: ‘como a Rússia tem essa máquina militar?’ Putin pegou o dinheiro que deveria ir para hospitais, para pagar professores e para servir o cidadão, e usou para fazer tanques, mísseis, aviões. Enquanto no mundo, a média de gastos militares é de 6% do orçamento dos governos, e na Europa é só 3%, na Rússia pode chegar a 20%”, explica.

Harari lembra que vivemos um longo período de paz relativa, em que os gastos militares deixaram de levar a maior fatia do orçamento dos países, que passaram a gastar mais em educação, saúde e previdência. Isso levou a conquistas de qualidade de vida no mundo inteiro.

“Se deixarem o Putin vencer, essa engrenagem militar para construir impérios vai voltar a ser a norma por toda parte. Há autocratas que admiram Putin, e estão observando o que vai acontecer. Se Putin perder, vão se distanciar dele. Mas se ele vencer, vão correr para aplaudi-lo, e para copiá-lo”, diz.

É sempre triste dizer adeus aos amigos🕊🖤

A Comunidade Luso-Brasileira se despede de Aníbal Bragança, um grande homem, nascido em Santa Maria da Feira, Portugal e radicado no Brasil. Ele viveu em Niterói, sempre dedicado a Educação, a Cultura e a causa do livro.

Adeus Aníbal Bragança, meu bom amigo, colega Editor de Livros e confrade na Academia Niteroiense de Letras.

Foi com imensa tristeza que recebi a notícia da sua partida.

Obrigada especialmente por sua amizade. E para além disso, também sou grata pela boa parceria que tivemos no Livro e na Cultura, desde sempre.

Nos áureos tempos da Cultura no Brasil, enquanto editores de livros, fizemos diversos trabalhos em parceria, ele na Editora da Universidade Federal Fluminense – EdUFF e eu em nossa Editora Muiraquitã.

Descanse em paz Aníbal Bragança. Que o bom Deus acolha a sua alma na luz perpétua.

Penso na solidão do LUTO da querida amiga Maria Lizete Dos Santos

Muito consternada, envio meu abraço carinhoso de profundo pesar para Maria Lizete, as filhas dele Herminia e Celina, e todos da família Bragança.

Saudade eterna.

Labouré Lima
Academia Niteroiense de Letras
Cadeira 01
Patronímica Alberto de Oliveira

*Foto realizada no I Congresso Brasileiro das Academias de Letras e Artes. Niterói/RJ. 2017.

Colcha de Retalhos de Cris Pizzimenti

Sou feita de retalhos.
Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha e que vou costurando na alma.
Nem sempre bonitos, nem sempre felizes, mas me acrescentam e me fazem ser quem eu sou.
Em cada encontro, em cada contato, vou ficando maior…
Em cada retalho, uma vida, uma lição, um carinho, uma saudade…
Que me tornam mais pessoa, mais humana, mais completa.

E penso que é assim mesmo que a vida se faz: de pedaços de outras gentes que vão se tornando parte da gente também.
E a melhor parte é que nunca estaremos prontos, finalizados…
Haverá sempre um retalho novo para adicionar a nossa alma.

Portanto, obrigada a cada um de vocês, que fazem parte da minha vida e que me permitem engrandecer minha história com os retalhos deixados em mim. Que eu também possa deixar pedacinhos de mim pelos caminhos e que eles possam ser parte das suas histórias.

E que assim, de retalho em retalho, possamos nos tornar, um dia, um imenso bordado de “nós”.

Cris Pizzimenti

*Uma curiosidade interessante sobre esse texto é que durante muito tempo ele foi compartilhado na internet com a autoria atribuída a Cora Coralina.

*Colcha de Retalhos – texto de Cris Pizzimenti – interpretado pela escritora e acadêmica Márcia Pessanha, durante o aniversário de Arlete Medeiros, em 12 de Abril de 2019.

Compartilhamento via Alberto Araújo, editor e videomaker do Focus Portal Cultural.

Exemplo de motivação e resiliência do atleta paralímpico Blake Leeper

Se você pode caminhar com as próprias pernas, agradeça a Deus por isso. Você é uma pessoa privilegiada, sim. Pense na luta dos que precisam de resiliência para superar as suas próprias limitações enquanto aprendem a lidar com momentos difíceis.

MOTIVAÇÃO!
O atleta paralímpico Blake Leeper motiva criança KJ de apenas dois anos, que estava usando sua prótese da perna pela primeira vez.

Celebrando os 100 Anos do Nascimento do ‘Pai da Educação no Brasil’ – Paulo Freire

Obra do mestre Zito.

“É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”

A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem.

Paulo Freire, presente!

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