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Garrafas ao mar – Vó Luzia reluzia!

Em memória de D. LUZIA, nascida em 9 de julho, dedico um voto de louvor às parteiras de mãos abençoadas que ajudam outras mulheres a dar à luz aos seus filhos.

A foto de uma antiga máquina de costura reacendeu boas lembranças, e me fez sentir saudades da vó Luzia. Se há uma imagem que me remete à infância é a antiga máquina de costura Pfaff sem motor.

O principal ofício de Dona Luzia, era a costura de alfaiataria. Vovó era uma especialista em roupas sob medida. Ela fazia com perfeição. Sinto emoção ao recordar a doce figura da minha avó, a mulher de olhos negros e cabelos lisos, sempre sentada atrás da sua máquina de costura, com um ar de gente feliz. Ela tinha o dom de modelar, cortar e costurar. O bom acabamento das suas roupas, fez a fama dela como preferida para vestuários de festas e casamentos. Dos convidados aos padrinhos e noivos, todos disputavam uma vaga para fazer as roupas com ela. Vovó trabalhava em sua própria casa. Uma vivenda modesta à beira de uma estrada de chão, que era iluminada por lampiões. Situada a uma distância de mais ou menos 5km da Usina Santo Antônio, em Campos dos Goytacazes, RJ.

Em toda minha vida, não me recordo de outra mulher capaz de fazer calças de alfaiataria, com um caimento tão perfeito. Quando as pessoas descobriam a alfaiataria de Dona Luzia, saíam de longe levando seus cortes de tecidos para fazer um modelo com ela.

Mamãe aprendeu com a vovó, mas nunca precisou desse trabalho. Só fazia para os filhos. Ela criou uma Escola de Corte e Costura, dentro de uma obra social em Campos, que ajudou muitas mulheres a ganhar o sustento das suas famílias. Por minha vez, aprendi a fazer roupas de boneca com a vovó. Tomei gosto e vestia as minhas próprias criações. Um dia fui convidada para desfilar como manequim e passei 8 anos trabalhando no eixo Rio/São Paulo, incluindo um tempo que fui contratada por um ateliê de Buenos Aires. Antes de me tornar editora de livros, cheguei a cogitar ter o meu próprio ateliê de modas.

Ainda criança, nas férias escolares, eu gostava de ficar na casa dos meus avós, mesmo sem ter luz elétrica ou televisão. Naquela época, já havia uma TV em casa dos meus pais. Mesmo assim eu preferia os ares do campo e a boa comida do fogão de lenha.

Meus avós eram docemente encantadores. Cada qual tinha o seu jeito de ser, e ambos respeitavam suas respectivas origens. Vovó era descendente da tribo Goytacás, índios que habitavam a região de Campos. Vovô tinha ascendência portuguesa. A família dele era da região de Espinho, em Portugal. Ele nasceu em Tocos, perto do Farol de São Tomé, região Norte do estado do Rio de Janeiro. Todos o conheciam por Zinho Rosa. E poucos sabiam que seu nome de batismo era José Francisco.

Uma boa lembrança da vovó Luzia era sua presença na cozinha. O aroma que exalava do fogão de lenha, sendo levado pelo vento, denunciava a comida saborosa que estava por vir.

E sempre haverá mais a dizer sobre essa mulher que acumulava outra habilidade fantástica. Era a Parteira do lugar. A sabedoria dela era proveniente da sua ancestralidade indígena. Vovó controlava as gestantes pelas fases da lua. Ela costumava deixar uma bolsa arrumada para sair a qualquer momento, quando alguma grávida estava para dar à luz. Perto da criança nascer, alguém da família aparecia para avisar e buscar a vovó. O meio de transporte disponível era charrete, cavalo, carro de boi, trator ou na garupa de uma bicicleta. Eram esses os meios mais usados por aquelas bandas. Fizesse sol ou chuva, vovó nunca deixava de atender ao chamado das suas parturientes.

Ela fez mais de uma centena de partos. Na região em que morava, era raro não encontrar alguém que a chamasse de ‘Mãe Luzia’.

Ainda hoje fico a pensar como vovó conseguia ser tão competente em suas ocupações, sendo tantas em uma só Luzia. A palavra perfeccionista pode definir quem chama-se Luzia.

Essa mulher fantástica irradiava a sua luz por onde passava.

Labouré Lima

09Julho2021

Niterói RJ

VAMOS AO CAFÉ LITERÁRIO?

Hoje quero falar de poesia. Então, há um tipo de poesia que exige regras de metrificação. Sim, existe. E essa provém da tradicional arte ensinada pela escola poética. Admiro quem tem o dom de saber fazer. Porque é preciso ter dom para rimar com métrica e inspiração. Tudo junto e bem misturado. Fora disso a poesia se torna mecânica e perde a essência que revela toda sua beleza. Na humildade do meu ponto de vista, antes de tudo, considero que a poesia expressa em palavras aquilo que o poeta sente. Acho que poesia é tudo que traduz a sabedoria da vida em uma visão poética. Seja para expressar felicidade ou sofrimento. A poesia precisa de liberdade para existir, assim como nós precisamos do ar para respirar. Um viva a poesia sem amarras! O bom senso nunca vai permitir a ousadia de tolher o pensamento de um poeta; ou tentar delimitar os espaços ocupados pela poesia; ou prender a poesia em uma corrente imaginária. Fique à vontade para soltar as amarras e deixar vazar todo o sentimento que mora em seu coração.

Grande abraço aos amigos da poesia.

Um fim de semana agradável, com muita luz e paz.

Labouré Lima

09Julho2021

Niterói RJ

Aconteceu comigo e eu sei que acontece também com outras pessoas.

A cada instante a vida expõe situações que dão provas de como as pessoas são mais fortes do que julgam ser.

Assim como tudo na vida tem consequências, também há uma resposta para cada problema.
Cautela e caldo de galinha nunca causaram mal a ninguém. A cada instante a vida expõe situações que dão provas de como as pessoas são mais fortes do que julgam ser. (Labouré Lima)

A CAIXA POSTAL ANTES DA INTERNET

Hoje eu vou trazer um texto que escrevi sobre a rede de relacionamentos em um tempo bem distante da internet. É uma história de amor muito bonita. Vou contar como os meus pais se conheceram. O primeiro contato deles foi através de um Clube de Correspondência, publicado em uma revista do Rio de Janeiro, nos anos 50.

Ele nasceu em Niterói. Mas por motivo de trabalho vivia em Nova Friburgo. Ela nasceu em Campos dos Goytacazes. E vivia em uma área da Usina Santo Antônio, no povoado do Kundo. E para justificar a distância que os separava, eles diziam que era um lugar perto do fim do mundo. Lá não havia luz elétrica, ônibus, carros e escolas. Os meios de transporte na região, eram cavalos, charretes, carros de boi, bicicletas e os tratores da usina que transportavam cana de açúcar.

Um dia mamãe saiu do interior para estudar na cidade. Com apoio dos pais ela foi morar na casa de uma tia, irmã de vovô. Como ele era muito zeloso só permitiu que a filha saísse para estudar, depois de assumir o compromisso que voltaria para alfabetizar seus irmãos e os filhos da vizinhança. Depois de formada, ela voltou. E como vivia muito distante de tudo, ela começou a participar do ‘Clube da Correspondência’. Uma seção publicada aos domingos em uma revista de variedades. Se não me engano, o nome era ‘A Cigarra’.

Na zona rural, não havia entrega de cartas pelo carteiro. Então ela alugava uma Caixa Postal no Correio Central, para receber as cartas dos seus correspondentes. Eram 58 pessoas. Havia gente do Brasil, de Portugal e outros países de língua portuguesa. A frequência na troca de correspondência dependia da distância. Podiam ser semanais, quinzenais e mensais. Comparando com a era da internet, a comunicação era muito diferente desse nosso tempo. As correspondências eram sempre manuscritas. Os correspondentes exercitavam a caligrafia para impressionar seus leitores. Alguns salpicavam no papel de carta os seus perfumes. E colocavam nos envelopes coisas como pétala de flor, folha de árvore e fio de cabelo. Isso a internet não pode oferecer. E assim aconteciam os relacionamentos à distância.

As cartas permitiam uma comunicação importante para a professora do interior. Havia nela uma grande curiosidade por outras culturas e comportamentos, em lugares distantes do povoado em que vivia. Além das cartas, eles trocavam revistas, livros, cartões postais e fotos revelando fatos interessantes. Como um bom poeta, papai romantizava tudo. Ele tinha 14 anos a mais que mamãe. Era um funcionário público, que nas horas vagas fazia poesias e escrevia cartas. Com seis meses de correspondência, ele foi vencido pelo desejo de conhecer pessoalmente a moça que o encantava pelas cartas perfumadas. Um dia ele comprou uma passagem de trem, e embarcou com a decisão de descobrir onde ela morava. Já na cidade, primeiro ele foi aos Correios. E pelo número da Caixa Postal dela, obteve a direção da sua casa. Feito isso, foi procurar por ela e chegou de surpresa.

Com a frequência das cartas eles compartilhavam coisas sobre suas vidas, e se entendiam muito bem. Na primeira visita, já decidiram assumir o compromisso do noivado. A aliança chegou depois entre as páginas do livro “Teu Amor e as Estrelas”. No ano seguinte, eles se casaram na Catedral da cidade e ela passou a morar em Nova Friburgo. Tiveram seis filhos e foram felizes para sempre.

Em 2021 percebemos como tudo está mudado! O comportamento entre os leitores de uma página de relacionamentos em uma revista de 1950 é bem diferente do que se vê entre os frequentadores de qualquer aplicativo de internet. Comparar o número de leitores de uma publicação impressa em 1950 com os milhões de usuários conectados pelo mundo afora em 2021, é mesmo impressionante. No mundo atual, em questão de segundos a outra pessoa pode compartilhar uma foto ou abrir uma janela para uma conversa de vídeo. Isso provocou uma revolução no comportamento humano. Mas algumas questões, como criar vínculo de afeto e compromisso continuam a mexer com as emoções da gente. Nessa era da internet, o que mais surpreende são as histórias que demonstram como os afetos se tornaram voláteis. Eles surgem e desaparecem como fumaça na virtualidade. O mundo em que vivemos está muito dinâmico, e as histórias da vida correm contra o tempo.

Labouré Lima

12Junho2017

Na vida real a quem você daria o papel de Bat Masterson para combater a corrupção no Brasil?

 

Em algum lugar do passado…

Revendo cenas de Bat Masterson

 

No velho Oeste ele nasceu,
E entre bravos se criou,
Seu nome lenda se tornou,
Bat Masterson, Bat Masterson.

Sempre elegante e cordial,
Sempre o amigo mais leal,
Foi da justiça um defensor,
Bat Masterson, Bat Masterson.

Em toda canção contava,
Sua coragem e destemor,
Em toda canção falava,
Numa bengala e num grande amor.

É o mais famoso dos heróis,
Que o velho oeste conheceu,
Fez do seu nome uma canção,
Bat Masterson, Bat Masterson.

Seu nome lenda se tornou,
Bat Masterson, Bat Masterson.
Seu nome lenda se tornou,
Bat Masterson, Bat Masterson.

(Compositor: Havens Wrey / Bart Corwin – Versão de Edson Borges)

 

A história real do personagem

William BarclayBatMasterson foi uma figura legendária do Velho Oeste americano. Ele foi caçador de búfalos, batedor do exército, jogador, delegado de fronteira, delegado federal, além de uma carreira como colunista e editor de esportes de um jornal de Nova Iorque. Descendente de Irlandeses, ele nasceu em Henryville, Quebec. Dizem que sua mãe (irlandesa com ascendência espanhola), era filha de Adrian Tenório, delegado e comerciante na região central espanhola. Conta-se que o apelido de “Bat” (Morcego), surgiu quando um desses animais sibilou pela igreja no momento do seu batismo.

A série de televisão “Bat Masterson”

Foram 108 episódios produzidos pelo canal NBC entre 1958 e 1961. Na série Masterson aparecia como um galante jogador, sempre bem vestido com seu chapéu coco e sua inseparável bengala. A série estrelada por Gene Barry foi exibida originalmente no Brasil, no ano de 1963 pela extinta Tv Excelsior que era líder de audiência nos horários de exibição de cada episódio, conforme dados pesquisados pelo instituto IBOPE. A música tema ficou famosa com a versão para o português tornando-se um dos maiores sucessos do cantor Carlos Gonzaga.

O ator Gene Barry

Seu nome artístico era Eugene Klass, nascido em Nova Iorque em 14 de junho de 1919, faleceu em Los Angeles, em 9 de dezembro de 2009. Ele foi um ator norte-americano, mais conhecido por sua participação no filme Guerra dos Mundos, de 1953, e pelos seriados de TV populares nos anos 50 e 60, Bat Masterson e Burke’s LawGene Barry foi um nome artístico adotado em homenagem ao ator John Barrymore. Por sua contribuição artística, Gene Barry ganhou uma estrela na Calçada da Fama. Na vida pessoal ele foi casado com Betty Clair Kalb, que faleceu em 2003. Ele teve dois filhos, Michael e Frederick, e adotou uma filha, Elizabeth. Gene morreu aos 90 anos, enquanto dormia na sua casa em Woodland Hills, Los Angeles, conforme informou o seu filho Frederic James Barry.

 

The twitteramigos Daily

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