Labouré Lima

Obrigada queridos leitores!

O blog SEMPREVIVA está completando 7 anos. Viva!!!

Depois do batismo do blog aos poucos fui ampliando esse texto… As pessoas perguntavam o motivo do nome do blog e com isso a história foi encorpando.

Só acesso essa página para responder comentários ou no aniversário do blog. Fora disso, as vezes, sinto a necessidade de corrigir um trecho ou acrescentar algum fato que considero relevante.

Atravessei um momento delicado com a minha mãe. Foi uma fase que me exigiu muito. Era tempo de manter o espírito alerta, pois havia em mim um grande receio diante de uma sensação de finitude que se apresentava. Era complicado enfrentar o agravamento da doença que afetava a tranquilidade espiritual da minha mãe mexia muito comigo. Eram dias tão dolorosos que pareciam intermináveis. O quadro clínico do diabetes se agravou e ela foi amputada. Durante cinco anos presenciei dia após dia, noite após noite, o declínio inevitável… Até o momento em que ela se libertou e partiu  para a nova vida. Acredito que onde ela está não existe dor, nem sofrimento. Não foi fácil aceitar, mas consegui entender que a morte não é o fim.

A ideia do nome SEMPREVIVA foi a homenagem que me ocorreu naqueles dias de sentimentos tão controversos e delicados. Era uma forma de manter acesa a chama daquela vida que pulsava junto de mim sem saber por quanto tempo. Escrever era uma catarse para expiar possíveis erros, desses que a gente comete sem se dar conta. No íntimo, sabia que usava esse recurso para afastar o medo da despedida. A morte fazia rondas noturnas na casa da mamãe. Compreendi a necessidade de perceber a vida fluindo em mim de alguma forma, e comecei o blog. Eram muitos sentimentos brotando no meu coração. Os textos nasciam com força e traduziam uma espécie de treino para o adeus. Eu não queria, mas devia aceitar. É complicado aceitar a morte. Mas ela faz parte da vida. E um tempo depois, decidi retirar alguns textos e tornar o blog mais suave. Percebi que alguns posts eram só lamentos e não acrescentavam nada a ninguém. Foi assim que o blog SEMPREVIVA ampliou a sua rota de comunicação e adotou as características que reúne hoje.

Na maior parte das vezes, escrevo na forma coloquial e apresento meus sentimentos conforme sinto o mundo, a natureza, as pessoas, a vida, a religião, as artes, as situações do cotidiano e as questões políticas que interferem no comportamento. Quando não se vive um personagem é bonito ver fluir a autenticidade.

Sou brasileira, católica praticante, viúva duas vezes, mãe de quatro filhos, dois homens (falecidos) e duas mulheres. E por uma consequência natural das nossas vidas, como trabalho e casamento, tivemos que enfrentar um tempo de afastamento, vivendo em países diferentes e bem distantes. Houve uma época em que cada uma de nós estava em um continente: eu, aqui na America do Sul, a filha mais velha na Europa, e a mais nova na Oceania. Mas a vida nos ofereceu o bônus de passarmos mais tempo reunidas, desfrutando o calor do afeto em nossa casa. Assim procuramos aproveitar todas as oportunidades quie temos para nos reunir após cada separação! Elas são viajantes, cidadãs do mundo. A exemplo do que eu e o pai delas também fizemos. Por isso nunca questionei ou impedi as viagens. Só que elas foram mais longe e carimbaram os passaportes muito mais vezes que nós. Essas experiências ajudam a crescer interiormente, criam maturidade e responsabilidade.

As “meninas” (pra mim sempre serão) estão no Brasil e isso alegra meu coração de mãe. Elas me fazem muita falta, quando estão longe de casa! Agradeço a Deus por nos abençoar com tão bons reencontros. São momentos em que os meus olhos se iluminam de felicidade por tê-las ao meu lado! Elas enchem de luz os meus dias, quando estão por perto. As duas têm vínculos com países distantes. Uma casou-se na Austrália e a outra ganhou uma nova família na Dinamarca.  Mas nesse ano de Dezembro de 2015, nosso Natal e Reveillón será no Rio de Janeiro.  Que tempo bom!

Vivemos a graça de nos mantermos amigas, sendo unidas e felizes, mesmo quando a distância física nos separa. Em todas as viagens, a internet nos ajudou a superar a distância física. O mais importante dessa relação é a nossa união, respeito e amor. Herdamos uma veia genética de mulheres que têm o coração voltado para a família. As referências que norteiam os nossos princípios foram transmitidas de geração em geração. Passaram dos meus avós aos meus pais, chegando até essa fase com elas.

Responder quem sou eu, não chega a ser uma tarefa difícil… sou alguém que tem um gosto especial por cultivar amizades verdadeiras, ao mesmo tempo em que tento evitar as pessoas invasivas… esse tipo mesmo que você está pensando. Existem algumas pessoas que se aproximam de mansinho e tomam a vida das outras em suas mãos. Morro de medo desse tipo de relação. Apesar de tantos cuidados, ninguém está livre de conviver com pessoas possessivas. De minha parte, penso que nem mesmo ‘cega de amor’ embarco ‘nessa canoa furada’.

Nasci em 04 de abril, na cidade serrana de Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro. Herdei da minha mãe o amor pela natureza e pelas causas humanitárias. Sou um pouco resistente ao radicalismo. Gosto de guardar fidelidade aos princípios que norteiam minha vida, acho significativo para edificar a minha história.

Como qualquer cidadão de bem, sofro com os golpes contra o povo brasileiro, desferidos pelos agentes da corrupção. Todos os dias enfrentamos os noticiários cheios de  revelações. Mas apesar de tudo, ainda me considero uma brasileira otimista. Mantenho o pensamento firme na esperança de um futuro melhor para o Brasil. Assim queremos e acreditamos.

O mais sagrado de todos os sentimentos é o amor, e se for verdadeiro deve ser por natureza libertário. O amor não pode sobreviver acorrentado, pois o compromisso está implícito na sua essência. Como em tudo na vida!